segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Três casais de mulheres já se uniram em Umuarama




Pelas ruas a população ainda diverge sobre o tema. Mas, a tolerância tem aumentado



Em Umuaramaas primeiras uniões homoafetivas já foram realizadas.  O Cartório Machado – 2º Serviço Notarial de Umuarama – já realizou três uniões, todas entre mulheres. Uma antes e duas depois da decisão do STF. Em virtude de normas de sigilo do Cartório, eles não podem revelar a identidade dos casais.

Além do Cartório Machado, a união homoafetiva pode ser realizada no Tabelionato Alvarez – 1º Serviço Notarial – que também segue as mesmas normas de sigilo impostas aos cartórios brasileiros.


No Cartório de Registro Civil de Umuarama, o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é realizado. “Ainda não há uma legislação que nos permita fazer isso”, disse a titular do Cartório Elaine Vasconcelos.  Segundo ela, o casamento homoafetivo facilitaria muito nas questões de herança, pensão e divisão de bens para os casais do mesmo sexo.

Apesar dos avanços,e de ser uma das primeiras cidades paranaenses a realizar a união homoafetiva, o assunto ainda causa certo desconforto entre os umuaramenses. A nossa reportagem andou pelas ruas do centro e entrevistou várias pessoas para saber a opinião delas sobre a união homoafetiva, preconceito e a ampla divulgação dos direitos dos homossexuais nos meios de comunicação. 


Para a professora da rede particular de ensino Maria Elizabete Santos, de 28 anos, está na hora de haver uma regulamentação quanto a discriminação. “Já passou da hora da Lei contra a homofobia entrar em vigor. Somente depois que houver uma punição mais severa, vão parar esses casos absurdos de violência gratuita que todos os dias aparecem nos jornais”, disse.

O funcionário público Antonio da Rocha de 45 anos, está preocupado com a educação dos seus filhos adolescentes – um rapaz com 13 anos e uma mocinha com 16. “Antes a gente dizia que era errado e pronto. Agora, já não sei mais o que dizer. Fico num impasse. Acho que deveriam dar alguma orientação também para os pais, pois a gente não está sabendo como lidar”.


A professora aposentada Jandira Alves de 67 anos, é contra. “Eu nem assisto mais alguns canais de televisão. Acho um absurdo beijo gay na novela e essa apelação que fazem. Para mim, isso contamina a mente das nossas crianças e jovens e os afasta do caminho de Deus”, disse.


Para o jovem Jean Lima, os meios de comunicação estão fazendo o que ele chamou de “lavagem cerebral”. “Não sou contra os gays. Cada um é o que quer ser. Não é preconceito. Mas, ficar o tempo todo passando na televisão, nas novelas... isso eu sou contra. Acho errado, tem velhos, tem crianças, pessoas que não estão preparadas para essas novas realidades”, disse. Os amigos dele, Danilo Vinícius e Rafael Santana também concordam.

“Tem vários tipos de gays, nem todos são extravagantes ou espalhafatosos. Mas, na televisão estão tentando mostrar de um jeito que vai acabar é gerando mais preconceito ainda. Tem que ter mais cuidado para com aqueles que não compreendem e que não aceitam”, comentou Vinícius. 


Para Santana, os homossexuais também devem respeitar aqueles que são heterossexuais. “Tem que haver é um respeito mútuo. Não é porque agora liberaram certos direitos para os homossexuais, que ser hetero vai passar a ser errado. Todos estão certos agora e tem que se respeitar mutuamente para que possa haver paz nesse mundo”, disse o jovem que deu uma verdadeira lição de sabedoria e tolerância.



 JEAN LIMA – O jovem Jean Lima garante que não tem preconceito, mas não concorda com a ampla divulgação, especialmente na TV
 DANILO E RAFAEL – Para os amigos Danilo Vinícius e Rafael Santana, os homossexuais também precisam respeitar os heterossexuais

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